
Se algumas dessas sublegendas são francamente revolucionárias e têm o PT à sua direita, como o PSOL, a maioria é constituída por oportunistas da social-democracia, que acham que podem negociar com o demônio e no final escapar ilesos. Um engano triste do qual a história dá graves testemunhos. No fundo essa gente gostaria de manter a economia de mercado, a propriedade privada e o núcleo central dos valores morais tradicionais. O problema é que o líder da gangue, isto é, o PT, não está para brincadeira e age inexoravelmente em direção ao socialismo, ao Estado total dirigindo a vida das pessoas, à transformação em supostos direitos humanos dos vícios mais abomináveis. O sistema jurídico, a cada dia, sofre alterações e assim, passo a passo, o manto vermelho se estende sobre a nação Verde e Amarela.
Alguns chegaram até a dizer que a nova disciplina partidária instituída pelo STF poderia acabar com práticas como a do mensalão. Penso precisamente o contrário: o fortalecimento político dos donos das máquinas partidárias reduziu o colégio de subornáveis, de sorte que será mais fácil e mais barato comprar bancadas inteiras, cujos integrantes não mais poderão se rebelar e impor suas vontades pessoais. Os parlamentares poderão nem saber que seus votos foram vendidos. Essa situação na verdade me aflige, pois dá mais poder a quem tem as chaves do cofre e a caneta de nomeações.
Era a reforma política dos sonhos do PT.
Penso que não tem saída para o Brasil. O Estado brasileiro está podre, mas reflete em larga medida a podridão de nossa própria gente. A atual elite dirigente se mantém no poder alimentando os vícios coletivos, como o da preguiça, via bolsa-esmola e emprego público, da concupiscência pela apologia às práticas imorais, do roubo travestido de impostos, do ócio da juventude pela diplomação de analfabetos funcionais que não precisaram estudar. Está tudo invertido e quando isso acontece é o prenúncio de grandes acontecimentos funestos para a correção dos desvios.
O Estado brasileiro é uma síntese de Baal e de Mamon. Um grande ídolo, para quem o único pecado é o da desobediência aos seus ditames, especialmente no que se refere ao pagamento de impostos. Fora disso vale tudo. Essa situação não pode durar, claro. Como não durou na Alemanha e na ex-URSS. Enquanto não tiver um fim haverá choro e ranger de dentes.
Nivaldo Cordeiro
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