
Parece sempre disposta a abrir seus cofres para auxiliar qualquer político que lhe bata à porta, independentemente da coloração partidária – desde que, claro, possa cobrar no futuro uma retribuição, na forma de novos contratos para realizar obras públicas. É o ciclo vicioso da corrupção. Segundo informações da Operação Castelo de Areia, reveladas na semana passada pelo Ministério Público Federal, a Camargo Corrêa é suspeita de ter pago propina a integrantes de sete partidos. Da esquerda para a direita, são eles: PCdoB, PSB, PT, PMDB, PSDB, PR e DEM.
O dinheiro teria sido entregue a deputados, senadores e funcionários públicos. A lista da propina, com os
Os indícios do propinoduto são tão concretos que o Ministério Público pediu à Justiça a abertura de novas frentes de investigação, para esmiuçar a execução de catorze grandes obras públicas tocadas pela empresa. Já é possível ligar alguns nomes que aparecem na lista da propina às obras, mas é preciso aprofundar o trabalho. VEJA analisou os oito maiores projetos citados pelo Ministério Público. Todos têm orçamentos milionários (veja o quadro). Na maioria, a Camargo Corrêa receberá muito mais pelo trabalho do que o que havia sido acertado inicialmente. Por exemplo: as eclusas de Tucuruí começaram custando 230 milhões de reais, mas seu preço final ficará em 883 milhões de reais. Só se consegue esse aumento contando com a boa vontade de políticos e servidores dos órgãos encarregados de fiscalizar o projeto. Há também casos em que o Tribunal de Contas da União (TCU) descobriu indícios de sobrepreço. Um deles é o do metrô de Fortaleza, no qual foram apontados gastos de 133 milhões de reais sem justificativa.
Os problemas da Camargo Corrêa não se esgotam aí. Três de seus diretores devem responder a processos de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, por terem enviado milhões de reais ilicitamente ao exterior. Além disso, a empresa será investigada pela tragédia do metrô de São Paulo. nomes dos supostos beneficiários, estava em um pen drive que pertencia a um dos diretores da empreiteira, Pietro Bianchi.
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Pres. da Cânara |

Veja quadro de obras na Revista Veja de 6/12/2009
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