
Por Roberto Almeida - Estado de São Paulo
De acordo com os arquivos de Curió, 41 guerrilheiros foram executados quando já estavam presos e não ofereciam risco às tropas. Na versão militar, 67 guerrilheiros estavam de armas na mão quando morreram. A falta de arquivos e informações oficiais era apontada como a grande dificuldade para que corpos dos guerrilheiros fossem encontrados e mais detalhes fossem revelados.
Lula citou a comissão de buscas criada por Jobim para investigar os desaparecidos e contou que há cerca de 15 dias havia pedido ao próprio Jobim, coincidentemente, que conversasse com Curió sobre os arquivos. Falei: “Ele deve saber de muita coisa”. Mas nem sei se o ministro Jobim conversou com ele", relatou o presidente.
A revelação das execuções reforçaram também a pressão para identificar corpos retirados em 1996 e 2001 de cemitérios em Xambioá (TO), local do conflito, entre 1972 e 1975. Dez restos mortais ainda esperam para ser identificados nos armários do Ministério da Justiça.
Para Lula, é preciso esclarecer o caso "de uma forma muito madura, muito consciente, sem revanchismo, para que o Brasil tenha sua história verdadeiramente contada". "Porque uma mãe que tem um filho desaparecido e não sabe o paradeiro dele, essa mãe só vai se conformar quando enterrar o filho."
Como ação paralela do governo, Lula citou uma campanha publicitária que será veiculada em agosto para coletar informações da ditadura. "Vamos fazer um chamamento", disse.
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