Gazeta Mercantil
Oficialmente, o MST não existe. Sem certidão de nascimento, sem carteira de identidade, sem responsabilidade civil, é uma espécie de assombração homiziada na selva dos chamados "movimentos sociais". Não presta contas a ninguém. Não deve obediência a algum organismo nem explicações a qualquer autoridade. Como o que não existe tampouco precisa de organogramas, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra não tem presidente nem diretores. Não há chefes. Só "coordenadores".

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            Pela discurseira de especialista em tudo, por viver baixando ordens, pelo jeitão de professor, até os espantalhos dos milharais acreditam que João Pedro Stedile, o mais poderoso dos coordenadores, seja o líder nacional do MST. Ele garante que não. Como vive jurando que não é o que sempre foi, eis aí mais uma evidência de que o MST é comandado por esse gaúcho que ficou muito sabido depois de estudar na extinta União Soviética.
 

Stedile jura, por exemplo, que não é comunista. O conteúdo dos cursos ministrados nos acampamentos do MST informa o contrário. Jura que não sonha com a destruição do regime capitalista. É desmentido pelo que faz quando acordado. Jura que luta exclusivamente por uma reforma agrária destinada a distribuir terras entre quem não têm. Os violentos ataques a empresas privadas, laboratórios científicos, ferrovias e estradas avisam que os projetos de Stedile vão muito além dos horizontes rurais. O MST quer ser as Farc quando crescer. Seu chefe quer comandar o país. Stedile, claro, jura que não.

 

O governo Lula trata o exército dos sem-terra com a mesma indulgência que contempla a organização narcoterrorista colombiana. Ao negar apoio à luta contra as Farc, o Palácio do Planalto piora o presente da Colômbia. Ao poupar o MST das punições prescritas para ações criminosas e ajudá-lo com verbas federais, Lula ameaça o futuro do Brasil. Multiplicam-se as evidências de que o governo está chocando o ovo da serpente. Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, os sem-terra mobilizaram legiões de grávidas para a ofensiva contra centros de pesquisas da Monsanto, empresa que produz alimentos transgênicos. Para deixar claro que a guerra declarada à Vale do Rio Doce é para valer, ferrovias foram novamente interditadas à passagem de trens de carga.

É hora de tratar o MST como um movimento real, cada vez mais insolente e dirigido por delinqüentes sem remorsos. Por negarem obediência aos códigos jurídicos do "Estado burguês", não se consideram fora-da-lei. São, e como tal devem ser encarados. Alguém precisa avisar a Lula que, quando um antigo aliado cai na bandidagem, continuar a tratá-lo como companheiro transforma em comparsa o presidente da República.

Motivação, fé e amor à vida. Remédios que curam tudo.

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